quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

AS FAÇANHAS DO BARÃO


Nosso encontro de ontem, para conversarmos sobre a obra "As aventuras do Barão de Münchhausen" foi um sucesso!
De maneira unânime o Barão é um personagem que inspira simpatias! Seu jeito de contador de histórias à moda antiga, atrai o interesse (e o afeto) do leitor, que mesmo diante dos absurdos, segue fiel suas estripulias e aventuras. Aliás, o Barão só quer saber de aventuras. Tudo é feito em nome da aventura.


Muitas coisas foram discutidas: as intertextualidades (a mitologia grega, o romance de cavalaria, a Bíblia e o Velho Testamento, Jonas e a baleia, Pinóquio, as viagens de Gulliver, Shakespeare, D. Quixote, etc.).
Chegamos a fazer uma boa comparação entre o D. Quixote e o Barão. A questão da loucura veio à tona, claro. A loucura do Quixote seria tão diferente assim da exacerbada fantasia do Barão?

Guilherme trouxe-nos a informação de uma síndrome de Münchhausen (assim como a síndrome de Peter Pan ou o complexo de Cinderela) tão a gosto da psicanálise!
Foram muitas as referências à infância, aos abrsurdos, à fantasia exacerbada... E foi um tal de lembrar de tios, padrinhos, avós que contavam histórias! Que tanto alimentaram nossa imaginação de outrora!
Comparamos algumas diferentes traduções. Na maior parte delas as aventuras são independentes. Em algumas, há uma linearidade, uma ligação entre os capítulos e até uma retomada do capítulo anterior, no início do novo capítulo.
Apesar do Barão gostar de falar, por vezes, com um certo ar de "importância", a linguagem da obra é bem leve.
Tivemos um momento bastante polêmico, quando veio à tona a questão da "comédia de costumes". Acabamos por brincar com a classificação dos tipos de "risos". Definitivamente há um riso que aponta para a diversão, outros que apontam para o macabro, a selvageria, a maldade, o grotesco, o sarcasmo. Lembramos das comédias de Moliére! E foi aí que o assunto da comédia de costumes veio á tona!

E ficamos nos perguntando: mudou a fonte do riso?
Algumas conexões foram apontadas na relação do riso com o público, coisas do tipo: o tempo, a condição econômica, o meio social. Claro que foi inevitável falar dos meios de comunicação de massa, em especial do humor veiculado hoje em alguns programas de televisão.
Como se pode ver, a discussão foi muito rica. E o melhor, sem cobranças, com toda a liberdade, pelo puro prazer de ler e conversar sobre obras que são fundadoras da literatura infantil e juvenil.
Saímos todos felizes!
Aliás, a TV da PUC veio fazer uma matéria com a gente. Entrevistou o Guilherme, a Catherine e o professor Celso Sisto. O programa sera exibido hoje, por volta das 18 horas no canal da PUC, na net. Confiram!

Nenhum comentário:

Postar um comentário